terça-feira, 5 de julho de 2011

Mag Hags

Quanto vivíamos em Lisboa tínhamos orçamentos limitados, mas todos os inícios de mês, era certinho que nos encontravam na papelaria ao lado da nossa casa, a comprar revistas de moda. Eram raros os meses em que não vínhamos a pular de felicidade com as nossas adoradas Vogue, Elle e Máxima nos braços. Líamo-las com voracidade, arrancávamos folhas, relíamos no mês seguinte, renovávamos os nossos moodboards, que estavam sempre em constante evolução, e naquelas noites de insónia, lá estavam as pilhas de revistas a ser revolvidas de fio a pavio, para o caso de termos perdido alguma coisa importante interessante. 
Então aconteceu. A Internet. Começamos a ler blogs, começamos a devorá-los, coleccioná-los nos favoritos, a acumular centenas (de milhar) de fotografias em pastas e pastas que nunca mais acabavam, e as revistas começaram a parecer-nos obsoletas. Afinal, para quê comprar a Vogue Portuguesa, quando se podia no mesmo dia ler a espanhola, a italiana e a francesa?De vez em quando comprávamos uma Vogue francesa, pelo puro prazer de a folhear, mas havia um certo desencanto ao abrir as folhas de papel de boa gramagem, e descobrir que já tínhamos visto todas aquelas fotografias e todos aqueles editoriais. Mas  eis o volte-face:  esta viagem a Londres fez-nos descobrir um universo gigante de novas revistas, e voltou aquela diversão de não saber o que está na próxima página. Foi como redescobrir um doce que não saboreávamos há muito...

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