Saldos Desencantados

Ou "desencantadas com os saldos"...
Sabem, tomamos uma decisão muito concentrada e séria este ano, sim, este que começou agora mesmo, que íamos desistir dos saldos.

Quem nos lê pode ficar com uma impressão (incorrecta) acerca dos nossos hábitos de consumo, que somos umas viciadas em compras ou pelo menos, compradoras impulsivas, ou exageradas, mas cada vez mais nos afastamos desse estereótipo, com a passagem dos anos. Sim, adoramos coisas bonitas, e gostamos de estar a par das novidades, e gostamos ainda mais escrever sobre essas mesmas coisas, mas nesta altura dos saldos, somos abatidas por uma vontade de ter uma máquina do tempo e voar para o fim de Fevereiro, quando a sanidade volta à lojas.

Não gostamos dos saldos. E cada vez mais os detestamos. E não no sentido de "Oh meu deus... roupa barata, que nojo!", não nos entendam mal,  mas no sentido em que é uma altura em que muitas vezes o preço baixo fala mais alto do que o resto. As pessoas parecem ficar doidas, o civismo desaparece e é substituído por uma loucura colectiva que leva as pessoas a se esquecerem que aquelas montanhas de roupa são o trabalho de alguém e a entupirem os estacionamentos dos shoppings, ainda mais do que no Natal. E o pior, é aquela sensação, atire a primeira pedra quem nunca a sentiu, de que se comprou alguma peça de roupa porque pura e simplesmente estava a um preço ridículo, ou porque a rapariga do lado ia levar se não a levássemos. Queremos ter a roupa que queremos e precisamos, não uma montanha de roupa num armário, que não nos diz nada.

No entanto, compreendemos perfeitamente as mães de família que aproveitam para comprar alguma peça mais cara para si ou para os miúdos, ou quem espera para comprar um sobretudo, ou aquele par de sapatos especial, apenas somos contra a ideia de comprar apenas porque está em saldos. Do consumo pelo consumo. E vocês, são apreciadores dos saldos ou são ligeiramente fóbicos como nós?