Quando descobrimos o bolo desta semana ficamos entusiasmadas por experimentá-lo, por dois motivos, pela sua simplicidade, que é apenas aparente, e pelo facto de ser o favorito desta senhora:
A rainha Vitória, da Inglaterra. Aliás, o bolo não engana ninguém, chama-se exactamente Bolo Rainha Vitória... e é verdadeiramente surpreendente.
Começa com ingredientes simples, que seriam utilizados num singelo pão de ló, mas brinca com a química, através de um processo de confecção fora do comum, com passos que não reconhecemos na maioria dos bolos, como adicionar a mistura líquida, gradualmente, de colher em colher, alternando com a mistura seca. Trata-se de um bolo que precisa de delicadeza, de atenção, como se de uma rainha se tratasse. E a verdade é que a estranheza se desfaz aquando do momento em que o espreitamos na porta do forno. Uma massa um pouco rude transforma-se na mais fofa e mais aromática... uma verdadeira surpresa.
Diz a história que a invenção desta receita se deve ao espírito prático da rainha, que detestava desperdícios, e que pediu aos seus criados que criassem o bolo perfeito para o chá, que englobasse todas as suas delícias favoritas, bolo de limão e baunilha, doce de morangos e algo que na altura era um verdadeiro luxo, chantilli. Como gostamos da tradição, mas gostamos ainda mais de subvertê-la, e porque achamos que doce de morango não seria um contraste suficiente, optamos pelo doce de amora.
A combinação de sabores e texturas funciona perfeitamente, a suavidade do bolo, perfumado pelo limão e a baunilha, e a riqueza agridoce das amoras, e o pequeno mimo quase vintage do chantilli, (afinal, quem é que usa chantilli nestes dias?) fazem deste bolo o mimo perfeito para um chá preguiçoso, e para quem gosta de luxos simples.
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